Terapia Regressiva procura a origem das doenças (Entrevista)

Entrevista com Dr. Idalino Almeida, Psicanalista e Terapeuta de Regressão, para o Jornal Líriom, em 1997.

Depois de mais de 22 anos atuando em São Paulo, o Terapeuta de Regressão, Idalino Almeida, há 5 anos em Salvador, vem desenvolvendo um trabalho de regressão de memória com seus pacientes, sendo cúmplice de vários níveis de cura e transmutação. Teólogo, Psicanalista e Educador, Idalino conta que a sua formação em Teologia foi, à priori, um obstáculo para aceitar o afloramento de algum conflito, como sendo de outra vida. Abrindo-se para a pesquisa há 16 anos, Idalino pôde verificar as fronteiras entre a fantasia mental e a realidade de conteúdos de supostas vidas passadas ou não, adotando a regressão de memória como instrumento facilitador para seu trabalho como psicoterapeuta. (Por Ângela Peroba)

Ângela Peroba – Como despertou para a Terapia de Vivências Passadas?

Idalino Almeida – Há 20 anos, trabalhando com hipnose e fazendo regressão à infância ou útero, de vez em quando, percebia que, ao solicitar ao subconsciente do paciente a origem de alguma problemática, tinham vivências que, no histórico de vida do paciente, não tinha nenhum registro. Daí, eu acreditava que fosse fantasia da mente. Como Teólogo, devido à própria formação, não tinha como aceitar o afloramento de algum conflito como sendo de outra vida. Conversava com alguns colegas e eles me afirmavam que os pacientes estavam regredindo à causa em uma vida passada. Mesmo assim, trabalhava como se fosse criação mental do cliente. E o interessante é que a cura acontecia independente de eu acreditar ou não. Para mim, sempre foi mais importante que as pessoas se curassem, até que, há 16 anos, comecei a pesquisar e aceitar as supostas vidas passadas como realidade de quem acredita, e que não interfere se o profissional ou o paciente tem de acreditar para haver uma cura, o mais importante é que o conteúdo estava vindo do inconsciente do cliente e não estava lhe fazendo bem. Logo, é necessário trabalhar para desaparecer o conflito. Daí o tratamento ficou mais fácil e mais preciso.

AP – Qual o método e quais técnicas o senhor utiliza para conduzir o paciente a uma regressão de memória?

IA – O método principal é a conscientização e aceitação do cliente. A técnica é a terapêutica do relaxamento ou a estimulação da memória.

AP – A regressão de memória é mais adequada para quais perfis humanos ou problemáticas?

IA – Qualquer pessoa pode fazer regressão e se beneficiar terapeuticamente, excetuando-se os que sofrem do Mal de Alzheimer, os psicóticos, os bêbados e pessoas com retardo mental, pois essas têm dificuldade de concentrar-se. Não devemos considerar a regressão como uma solução para tudo, mas quando não resolve, deixa a semente para que você busque outras formas de terapia.

AP – Qual a relação entre a lembrança do trauma e a cura do indivíduo?

IA – Não é só o fato de lembrar que cura, mas a lembrança funciona como uma “chave” que abre uma “porta” e libera um monte de emoções guardadas no porão do subconsciente. Essa liberação de conteúdos emocionais (catarse), sim, é que propicia a cura.

AP – Como distinguir elementos de fantasia e da realidade durante uma sessão de Terapia de Vivências Passadas?

IA – Em uma fantasia e uma criação mental, você pode criar as imagens, mas dificilmente consegue envolvê-las com emoção em toda a sua intensidade. Na regressão ou afloramento de memórias, as imagens de recordação liberadas pelo subconsciente trazem sempre consigo a mesma emoção (primária) do momento do acontecimento correspondente, como alegria, tristeza, dor etc.

AP – Em se tratando de uma regressão em grupo, quais as diferenças de procedimento por parte do terapeuta?

IA – Em uma regressão em grupo, usa-se a terapêutica do relaxamento. A estimulação da memória dá-se em seguida e cada um entra no processo regressivo, como se fosse uma autorregressão. Porém, todo o grupo segue os comandos do terapeuta, falando na primeira pessoa do singular; a diferença é que o regredido não entra em diálogo com o profissional, só vivencia. Caso haja uma descarga emocional, o terapeuta controla com um comando previamente implantado no estágio de estimulação da memória, para que, nesse momento, ele tenha o controle.

AP – Em que medida a hipnose passa a ser um recurso necessário?

IA – Em momento algum.

AP – Qual a periodicidade das sessões?

IA – Como toda terapia, o ideal é que seja, pelo menos, uma vez por semana, porque facilita o trabalho com os conteúdos que aparecem durante a sessão. Eu defendo a tese de que uma terapia não é sua ida ao consultório, mas sim, o que surge entre uma sessão e outra. A ida ao consultório é como se fosse uma prestação de contas, ou seja: onde se trabalha os conteúdos aflorados e a mente já sai preparada para enfrentar novas situações. Portanto, quanto menos espaço de tempo entre uma sessão e outra, mais céleres e efetivos são os resultados.

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